O diálogo e a educação sexual
Diante de tantos apelos sociais que banalizam a sexualidade e utilizam meios de comunicação vigorosos como a televisão, os outdoors e a música, está na hora da família reagir e explorar o recurso mais precioso que possui; o diálogo.
O diálogo familiar, contínuo, franco e sem barreiras tem o poder de penetração infinitas vezes maior do que qualquer outro meio. Sobre qualquer tema, acima de todos os tabus, a liberdade de expressão com os pais permite construir na criança os alicerces mais poderosos e seguros para a sua personalidade e emoção.
A arte de dialogar, muito idealizada e pouco praticada verdadeiramente, inclui aspectos sutis, algumas vezes difíceis de serem compreendidos e aplicados na rotina, mas que podem ser exercitados. Diante do que nossas crianças estão expostas vale a pena tentar aprender...
Quantos de nós conversamos com nossos pais, desde meninos, sobre tudo o que sentimos, desejamos ou experimentamos?
Quantas famílias conseguem tempo para manter o hábito frequente de conversar sobre o seu dia ou comentar qualquer assunto dando liberdade de expressão, respeitando a opinião de cada um ou sabendo apenas acolher uma angústia?
Quantos adultos conseguem serenidade diante de uma criança que se masturba se eles mesmos, muitas vezes, vivem ansiosos e com dúvidas em relação ao seu próprio corpo e prazer?
Muitas experiências de nossas crianças estarão fora de nosso controle e isso será necessário para que possa desenvolver-se como um ser social. Porém, cada pensamento e conceito ético de um filho passa antes pela formação moral, pelos valores e trocas familiares que ele recebe.
Certa vez um casal me disse: “ Como podemos estabelecer um ambiente diário de diálogo em casa se precisamos trabalhar tanto, estudar para aperfeiçoar o trabalho, fazer exercícios físicos para a saúde, cuidar da casa e de tantos outros afazeres ?” Respondi: “Que tempo diário vocês reservam para a construção moral e afetiva do filho que TAMBÉM precisam cuidar?”
Muitas vezes a vida precisa de uma reorganização, motivada pela urgência de reforma íntima, o que no início parece impossível, mas todos os esforços serão válidos para permitirmos à criança um desenvolvimento mais completo, onde suas necessidades possam ser vistas e cuidadas física, mental, emocional, social e espiritualmente. E fiquemos atentos para a nossa imensa responsabilidade perante o mundo enquanto pais, educadores e família: essas crianças serão os formadores da próxima geração e assim acontecerá sucessivamente.
A educação sexual é um aspecto muito delicado dessa formação pois está vinculada - em cada pessoa - a todo histórico de dificuldades, preconceitos e dúvidas que também carregam de gerações passadas. Se pudermos ao menos nos abrir para repensar nossos conceitos e práticas através de debates, palestras, ou consulta a um profissional, estaremos dando um grande passo para o bem estar que não será só de nossos filhos, mas sim de toda a família que acaba revivendo suas próprias dificuldades através de cada fase que passa a sua criança ou adolescente.
Existem livros de orientação, livros infantis, técnicas, sugestões e diversos recursos bem pesquisados para elucidar as diferentes dúvidas, porém só há um caminho para se chegar lá: desejo e movimento.
Sexo está ligado a produção, reprodução, prazer, afeto, liberdade, desejo, entrega, curiosidade, sensualidade, cuidado, respeito e entre outras coisas, ao amor. Esses são alguns motivos para buscarmos saúde e inteireza sexual.
Vera Estrella
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