Dinâmicas ocultas no comportamento de filhos
O que seu filho expressa pode estar relacionado ao sistema familiar maior, no qual ele está inserido.
Como você percebe as características e os comportamentos de seu filho como fazendo parte do(a) menino(a) que você foi? Ele faz algo que se assemelha ao seu comportamento na idade dele? Ele faz o que você gostaria de ter feito e não podia? O que, no histórico de seu filho, pode estar representando uma situação não muito falada ou não resolvida da sua família de origem?
Comportamentos que estão ligados a uma dinâmica mais atual, como os limites em casa, os hábitos que podem ser modificados sem tanta dificuldade, as negociações que faltam e podem ser revistas, a retomada de contato e afeto que transforma a vivência em casa, ou mesmo os conceitos automaticamente repassados que conseguem ser ressignificados quando orientações psicológicas são aceitas, são fatores mais simples que não reincidem quando revistos. Porém há casos mais complexos onde o comportamento de um filho está simbolizando alguma dinâmica oculta que, através desse “sintoma” pede para ser revelado, inconscientemente.
Existe um conjunto de experiências que vivemos em nossas famílias de origem, além de diversas situações não elaboradas que já existiam lá quando nascemos. Todo conjunto de vivências, conscientes ou não, influenciam diretamente o novo núcleo familiar que criamos.
Há uma tendência comum entre as pessoas que não têm contato com teorias ou práticas psicológicas de acharem que o “passado passou”, o que importa é o presente e o futuro, mas a verdade é que o passado vive em nós muito mais do que muitas vezes gostaríamos. Há uma série de acontecimentos das gerações atuais e precedentes que além de influenciar, na realidade podem caracterizar uma nova criança que nasce. Na Psicologia Analítica, ou Junguiana, chamamos de “sombra” o lado oculto que se expressa, ou se projeta no meio sem que tenhamos consciência.
Os elos de amor e desamor, provocando o pertencimento ou a exclusão de algum membro familiar, a harmonia entre o que se dá e o que se recebe entre as pessoas, assim como o respeito à hierarquia, mantendo o respeito e os direitos de quem veio primeiro, tudo isso fica bastante registrado num histórico que envolve a todos de um mesmo sistema familiar, mesmo que não se tenha a menor noção disso.
Bert Hellinger, um psicoterapeuta alemão, criador das Constelações Familiares tem um trabalho lindíssimo no sentido de trazer à tona e restaurar essas ordens ocultas nas famílias e, felizmente, essa técnica tem disseminado em larga escala ultimamente.
Podemos sempre trazer para nossas reflexões cotidianas um pensamento sobre o nosso próprio comportamento e também de nossos filhos, como por exemplo: “o que essa expressão constante de raiva pode estar representando? ” ou “ a quem ele está inconscientemente homenageando quando faz isso?” Quando começamos a entender que em casa existem muitos personagens e vivências além do que enxergamos, sem nenhuma conotação sobrenatural nisso, começamos a admitir e ampliar a visão para o fato que a vida não começou naquele ano que nasci ou que meu filho nasceu e que sim, todo conjunto de experiências vividas e não vividas do âmbito familiar atuam e precisam que olhemos para elas com amor e respeito.
O melhor disso tudo é que quando ampliamos a visão de uma situação incômoda particular para um âmbito maior, também descobrimos uma série de possibilidades que estão ali, prontas para o nosso acesso.
Vera Estrella
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