Limites nas educação
Antes de corrigir uma atitude de seu filho, saiba que as regras em casa precisam estar claras para a criança. Seja constante no uso das regras; o que pode ou não num dia, deve continuar, sem que você demonstre dúvida. Não há como entender e obedecer a uma lei se ela muda a cada hora ou a cada dia. A falta de continuidade dá margem para a manipulação, porque as crianças são cada vez mais perceptivas, criativas em seus recursos para obterem o que desejam.
Um gesto anterior quando se pensa em educação também deve ser o de ensinar a criança a se acalmar, o que pode começar bem cedo; ajudando-a a voltar daquele conhecido estado de “agitação”, para o relaxamento. Isso vai desde as brincadeiras até os momentos de raiva. Mas lembre-se que você é observado o tempo todo por seu filho, assim, esse estado de “volta à calma”, começa em você mesmo.
Busque a uniformidade das regras em família, pois quando não há sincronia, além da criança ficar insegura quanto ao modo de agir, também irá “escolher” um adulto para obedecer ou contrariar. Ela também costuma usar essa falha ambiental para "jogar" com os adultos; comportamento este que tende a cristalizar-se, podendo ocasionar um perigoso traço de personalidade.
Jamais um adulto deve neutralizar a autoridade de outro que também cuide da criança, especialmente na frente dela. O respeito é aprendido e começa com o exemplo. Isso também se aplica ao "jogo de empurra", porque quem é responsável precisa ter sua palavra validada e sua autoridade respeitada e não delegar ao outro adulto também responsável.
Quando outros cuidadores são constantes na vida da criança muitas vezes eles não conseguem imprimir as mesmas regras que os pais e quando todos estão juntos ela escolhe muito bem quem faz mais as suas vontades. É bem importante que os pais, se forem os cuidadores principais, assumam a liderança dos cuidados e das situações, porque maior do o seu eventual cansaço será o trabalho que a criança dará em casa, não reconhecendo quem é a autoridade que ela deve respeitar, além das situações que fará para de alguma forma "implicar" os pais no evento. E isso tudo ela faz inconscientemente.
Também é importante falar com firmeza, olhando nos olhos e de preferência abaixando-se na altura da criança. A criança não capta apenas nossas palavras. Não tenha "peninha" olhando naqueles olhinhos meigos; se você sabe que aquele limite é importante e/ou foi combinado, apenas faça a criança cumprir, suportando a contrariedade dela. Lembre-se que o mundo lá fora não é tão amoroso e não terá piedade quando ela, seja pequena ou adulta, fizer birra.
Seja específico; diga exatamente o que ela fez de errado. Nunca diga, por exemplo: “Você faz tudo errado” ou “Você só faz besteira”. O que cresce em nossa mente pode tornar-se uma crença extremamente limitante – no sentido de desenvolver capacidades.
Se a atitude errada da criança for grave, ou se repetir, após já ter sido explicado, o castigo correspondente à faixa etária será necessário. Que fique claro, de acordo com a compreensão da criança, que perdemos direitos quando desrespeitamos as regras. Não há consequências na sociedade? Qual o melhor lugar para ela aprender isso? Em família, com amor, proteção e respeito aos direitos infantis.
Procure ser breve na explicação do limite, pois “sermões” podem dar uma gratificação secundária que seria prender a atenção do adulto.
O Homem só precisa gritar com quem está muito distante dele. Assim, se você quer criar proximidade e intimidade com alguém, especialmente sue filho, diminua o tom de voz.
Quando a situação irritá-lo profundamente, antes de agir, respire devagar quantas vezes sentir necessário. Isto evita que a sua raiva saia no momento em que, o que precisa mostrar é o limite educativo.
Mostrar que ficou bem aborrecido ou triste é importante sim, porém isso não pode vir acompanhado de RETALIAÇÃO. Retaliar significa se vingar, desforrar. O adulto que cuida precisa observar seu ponto de equilíbrio de tal forma que não revide com a mesma agressão ou pior. Isso não educa, só gera uma culpa perigosa, afastamento e desestruturação da personalidade, dependendo da idade da criança.
Os cuidados básicos, necessários, precisam continuar na rotina, independente do que tenha acontecido.
O amor também não acaba devido ao erro cometido; estar zangado ou mesmo com raiva, não significa deixar de amar a criança. Lembre-se que o limite bem dado, sem retaliação, é absorvido como amor, atenção e proteção.
Quando recebe a punição, a criança costuma ficar muito brava ou triste e nesse momento poderá dizer o que sente. Deixe que ela seja verdadeira, expresse sua emoção, mas responda com calma reforçando o motivo do castigo. Por exemplo... “Eu sei que você está muito zangado por ficar sem ver seu desenho, mesmo assim não poderá ver porque fez ‘x’.”
Não é bom levar a criança a prometer que não fará mais a “coisa errada”, pois é provável que ela faça e isso só demonstrará a fragilidade da confiança, levando a um sentimento de culpa.
Deixe de castigo o tempo adequado, e ao liberar, apenas diga para não errar de novo, pois já sabe que será punida.
Evite associar castigo a pensamento, com aqueles “cantinhos de pensamento” ou com a ordem para “sentar pra pensar”. A palavra castigo, ou outra assim, é mais clara, objetiva e associa-se à consequência de burlar as regras.
Por exemplo... “ Você vai ficar sentado aqui, longe dos amigos, porque mordeu o fulano e isso é errado. Perdeu seu direito de brincar agora”.
A criança precisa saber que a punição é consequência direta de uma causa que ela provocou, assim, quando se diz que precisa parar de agir de tal forma para o adulto não ficar triste ou zangado, poderá até mudar seu comportamento para agradar ao adulto, mas não estará aprendendo exatamente sobre regras.
E bater na criança vale? Depende do seu objetivo; educar ou desabafar? Quando ela bater em alguém não adianta dizer que bater é feio, errado, pois você já mostrou o contrário. Também é perigoso uma pessoa crescer sentindo que apanhar é normal...
Quando precisar repreender seu filho, leve-o para uma conversa em particular. Corrigir na frente de outras pessoas gera um constrangimento desnecessário que não educa. Público deve estar associado a êxito e não à vergonha.
Vera Estrella
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