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Medo da solidão

Quem já não teve?  Medo é um sentimento normal e tem uma função específica de nos deixar em alerta. A questão está em sair da posição de alerta para tomar uma atitude de proteção, efetivamente.

 

Um  grande número de pessoas não percebe que o medo pode ser protetor se formos ativos diante dele.  Ao contrário, é a passividade que gera todos os males e pode desencadear ansiedade, depressão, fobias...  Se ficarmos paralisados pensando, antecipando, na inércia ou nos penalizando pela solidão, aí sim, ela tomará dimensões insuportáveis.

 

Diante de uma situação nova ou mesmo antiga em que nos percebamos muito sós e incomodados com isso, é a hora de agir; tomar uma providência pelo nosso próximo minuto, dia ou mês. Por que esperar? Mas a decisão se inicia ao ouvir essas vozes que ecoam dentro de si.

 

Vejo com freqüência casais infelizes mantendo por anos uma relação que só causa dor;  a própria solidão a dois.  Relatam inúmeras tentativas para salvar o casamento e não é raro constatar que estão presos à “idéia” casamento, à ilusão de estar com alguém, mesmo não mais suportando a presença do outro.

 

De fato, como é bom acordar e dormir junto, dividir alegrias e tristezas, planejar e construir sonhos, ter com quem contar diariamente... Mas tudo isso é maravilhoso no plano real, pois quando mantido somente na fantasia e na expectativa é um gerador de frustrações diárias.

 

E na luta para salvar o seu ideal, quantos não medem esforços para “mudar” o outro (como se fosse possível).  Prendem-se na suposta felicidade dos filhos e todos os argumentos que possam sustentar  e que formem um compromisso com seu objetivo maior.

 

Quanta luta, quanto desgaste, quanta dor... E investigando mais a fundo essas almas tenazes, me deparo em geral com uma das últimas frases pronunciadas em seus discursos, quase como uma confissão; “tenho medo de ficar só, de viver sozinho”.

 

Mas na verdade, na busca desenfreada por alguém, só conseguimos é nos perder pouco a pouco. E é justamente aí nesse vácuo que se abre, no distanciamento de si mesmo, onde o medo se instala.

 

A psicoterapia propõe o reencontro com o nosso “eu” mais profundo, num resgate dos maiores sonhos e necessidades. Busca-se chegar até onde e como esse “eu” estiver, pois de tão atravessado, perdeu-se no caminho.

 

Pode ser o primeiro passo para a ação, para aquela atitude diante do sinal de alerta que o medo nos dá.  Muitos outros passos podem ser  dados quando saímos da passividade, mas para isso é preciso compreender que o medo é natural e enxergar os sinais providenciando socorro,  pode ser a sabedoria.

 

Às vezes quando há a decisão de trilhar outros caminhos, começar a realmente se enxergar e amar ao olhar no espelho, quando se consolida esse processo de auto-conhecimento e aceitação, quando  encontra-se novas alternativas de apoio, diversão e novas metas, quando consegue-se rir e chorar em plena posse de si mesmo, fazendo-se companhia em paz, talvez aí comece o momento mais adequado para amar e ser amado por alguém, que pode até ser aquele velho companheiro.

 

Que possamos ficar atentos aos sinais que a nossa própria emoção nos dá diariamente, conversando com nossas partes, deixando aparecer as fantasias relacionadas com o medo.

Vera Estrella 

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